domingo, 1 de junho de 2008

Barack Obama é exemplo de político 2.0

Mais que um bom susto em Hillary Clinton, o pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos criou uma onda que tem tudo para fazer diferença nas estratégias de marketing político.


A eleição americana nunca foi tão imprevisível como a atual. Ninguém ainda pode apostar no nome que vencerá as prévias que definem os candidatos oficiais de Democratas e Republicanos. Mas um fato já merece destaque: a competente “campanha 2.0” realizada pelo pré-candidato Barack Obama.




Se a eleição fosse online, certamente o senador negro, que tem dado muito trabalho para a ex-primeira dama Hillary Clinton, já estaria eleito.


É bem verdade que nos EUA o uso da internet em campanhas não é nenhuma novidade. Tudo começou por lá. A própria Hillary tem usado bem a web, mas pegou o ritmo quando a campanha de Obama já estava lá na frente. A diferença está no uso de recursos da web 2.0 como faz o time de Obama, o que está muito além de manter um blog no ar. E o timing é perfeito, no momento em que os internautas do mundo inteiro já estão mais escolados com a web e clamam por interatividade. Para estudar o caso mais de perto, me cadastrei na campanha há quase um ano. A constatação desde o início é que Barack Obama se utiliza da rede com uma desenvoltura que deixaria no chinelo empresas que se acham “digitalizadas”.




Desde o início recebo com freqüência e-mails, convites, pedidos de ajuda financeira, vídeos, material de campanha, entre outras tantas mensagens do próprio candidato. Tenho até meu blog de apoio, criado num Dashboard onde qualquer um pode personalizar sua participação em uma série de atividades pró Barack, de eventos a ambientes de discussões segmentados para latinos, crianças, veteranos, entre outros.
Eu juro que até tentei achar algo pra dizer que falta. Sem sucesso. Doação online, site personalizável, loja virtual, dezenas de comunidades segmentadas, espaço para debates online, site mobile, BarackTV e as demais funcionalidades mais comuns – notícias, newsletters, etc. Check.


E se a conversa descambar para o papo do momento - convergência de mídias, integração on/off - lá está a campanha de Barack Obama. E ele demonstrou que está alinhado com a tendência recentemente num de seus comícios (ao vivo, não virtual) no Central Park em Nova York.
No ponto alto do evento, depois de um discurso empolgante, Barack convocou os presentes a se juntarem à campanha. Como? Resumindo a história, gritou em alto e bom som algo como “peguem seus celulares agora, digitem “Join” e enviem o SMS para o número X”. Done. Isso foi o bastante para que os presentes se conectassem à campanha através do mais “íntimo” dos seus aparelhos. E foi também o adeus definitivo às velhinhas voluntárias que recolhem assinaturas no bom e velho papel, ao lado do palanque.

O resultado de tudo isso não poderia ser diferente. Com essa campanha 2.0, Barack Obama conquistou um verdadeiro exército de eleitores jovens, todos empolgados em militar a favor de sua moderna campanha. Não vou entrar no mérito do conteúdo, mas a forma é realmente uma mudança que pode influenciar as próximas campanhas. Dentro e fora dos Estados Unidos.

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